sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Resenha: O Lado Mais Sombrio

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''Na Minha Estante'' Assegura: A resenha a seguir está completamente livre de Spoilers... Leia sem Moderação e divirta-se!
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Sinopse:
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Alyssa Gardner ouve os pensamentos das plantas e animais. Por enquanto ela consegue esconder as alucinações, mas já conhece o seu destino: terminará num sanatório como sua mãe. A insanidade faz parte da família desde que a sua tataravó, Alice Liddell, falava a Lewis Carroll sobre os seus estranhos sonhos, inspirando-o a escrever o clássico Alice no País das Maravilhas. Mas talvez ela não seja louca. E talvez as histórias de Carroll não sejam tão fantasiosas quanto possam parecer. 
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Para quebrar a maldição da loucura na família, Alyssa precisa entrar na toca do coelho e consertar alguns erros cometidos no País das Maravilhas, um lugar repleto de seres estranhos com intenções não reveladas. Alyssa leva consigo o seu amigo da vida real o superprotetor Jeb , mas, assim que a jornada começa, ela se vê dividida entre a sensatez deste e a magia perigosa e encantadora de Morfeu, o seu guia no País das Maravilhas. Ninguém é o que parece no País das Maravilhas. Nem mesmo Alyssa...
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O que eu achei?
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Expectativa é uma droga. Eu sei disto, você sabe disto, mas - ainda sim - nunca aprendemos. É um ciclo longo e vicioso. Mesmo que lutando contra, não importa, cedo ou tarde vamos cair no estômago deste monstro que criamos dentro de nós e vamos inadvertidamente quebrar a cara. Foi mais ou menos isto o que aconteceu com o ''O Lado Mais Sombrio'', primeiro volume da trilogia de estreia de A.G. Howard. Vejam bem, por que eu não iria ter grandes expectativas com relação ao livro? A capa era linda, a diagramação era super caprichada (sim, mesmo a do livro digital) e a sinopse não poderia ser mais interessante: O País das Maravilhas é real. E uma descendente de Alice Lindell precisa retornar para ele, para consertar todos os erros provocados pela sua ancestral e libertar a família de uma antiga maldição. 
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Não tinha como nada dar errado, não é mesmo? Bom, não foi bem assim.
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Quando eu leio um livro de fantasia (De qualquer tipo. Seja um Medieval, ou Fantasia Urbana, ou Romance Sobrenatural), o que eu mais espero do autor é que ele me insira no universo do seu livro. Me convença que suas invencionices são reais, me faça querer embarcar na sua história junto com os os seus personagens - por mais que pareça louco ou inverosímel. Mesmo tendo em sua vantagem toda a base deixada pelo clássico ''Alice no País das Maravilhas/Através do Espelho'' (além de suas adaptações variadas, é claro), eu não senti em nenhum momento que a autora tentou me inserir em seu mundo. A apresentação dos dons (ou da maldição, seria melhor dizer) de Alyssa e sua afinidade com Wonderland era muito seca, sem um pingo de aura mágica que me cativasse e que me fizesse desejar conhecer mais. Nos primeiros capítulos, suas descrições deste mundo fantástico que a protagonista tinha que lidar eram tão interessantes quanto ver um mosca batendo na janela. Ou saber de uma pessoa sem graça andando tranquilamente pela rua... E isto meio que foi um choque.
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Mesmo sendo narrado em primeira pessoa, eu não achei o texto fluído. Eu lutava constantemente para terminar um capítulo, como se eu estivesse me movendo em areia movediça - lutando para criar um interesse real tanto pela história, quanto pelo mundo adaptado por A.G. Howard, ou quem vivia nele. E  falando nisto, outra coisa que a narrativa mais atrapalhou do que ajudou foi justamente isto: eu simplesmente não conseguia ficar interessado pelos personagens. Nada do que acontecia à eles me instigava de verdade. Talvez, o mais próximo à isto tenha sido no momento em que Alyssa vai visitar a mãe em uma Clínica de Repouso. Mas foi um único momento, e passou rápido demais, junto com a aparição relâmpago de sua progenitora. 
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No decorrer de uma semana, lutei com todas as minhas forças para que a história de ''O Lado Mais Sombrio'' me prendesse, mas isto não acontecia. Por um momento, eu cheguei a pensar que isto talvez fosse um sinal de ressaca literária - mas, ao me ver terminando outros livros (maiores, até) do que ele, comecei a aceitar que o problema não era eu. E sim o livro. Era uma sensação semelhante à que tive com ''Cidade dos Ossos'' (o primeiro livro da série ''Os Instrumentos Mortais'', e que quase me fez abandonar a saga), mas de uma forma muito mais assustadora. Cheguei à metade da trama, exatamente na marca de 50% do epub lido, e ainda sim lutava para me adaptar. Com relação à tudo. E foi quando resolvi dar um basta em toda a situação. 
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Por mais que me doa - e acreditem em mim, dói bastante - decidi abandonar de vez a leitura do primeiro volume da trilogia. Eu sei que alguns devem estar se perguntando: Mas Henri, você poderia ter feito leitura dinâmica, não? Sim, eu poderia. Mas não acharia isto honesto comigo mesmo - e principalmente, nem disposição para isto o livro me proporcionou. Talvez, todos estes os pormenores que falei, que foram se acumulando e acabaram me irritando esteja diretamente ligado ao fato deste ser o romance de estréia da autora... Mas não tenho coragem de encarar a continuação para ver isto mesmo. Até por que, eu precisaria terminar este antes, e querem saber? Quando fechei o livro e decidi abandonar a lutar, a sensação de alívio foi indescritível... Infelizmente, nem tudo funciona com todos os leitores. E, sem sombra de dúvidas, a série Splintered não foi feita para mim.
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Sobre a autora:
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A.G. Howard escreveu o seu primeiro livro, O Lado Mais Sombrio, enquanto trabalhava em uma biblioteca escolar. A autora espera que o seu intrigante e psicodélico tributo à Lewis Carroll inspire os leitores a se interessarem pelas histórias que ela aprendeu a amar na infância. A.G. Howard vive em Amarillo, Texas.
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TÍTULO: O Lado Mais Sombrio
TÍTULO ORIGINAL: Splintered
SÉRIE: O Lado Mais Sombrio
PÁGINAS: 368
AUTOR(A): A.G. Howard
EDITORA: Novo Conceito
NOTA: Não Avaliado

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