.
''Na Minha Estante'' Assegura: A resenha a seguir está completamente livre de Spoilers... Leia sem Moderação e divirta-se!
.
Sinopse:
.
Noah e Jude são gêmeos, melhores amigos e rivais. Competem pela afeição dos pais, pela atenção do garoto que acabou de se mudar para o bairro e por uma concorrida vaga na melhor escola de arte da Califórnia. Mal-entendidos, ciúmes e uma perda trágica os separaram definitivamente. Trilhando caminhos distintos - que mudam por completo as suas personalidades - e tendo que conviver no mesmo espaço, ambos lutam contra dilemas que não têm coragem de revelar a ninguém. Nem a eles próprios.
Contado em perspectivas e tempos diferentes, "Eu Te Darei o Sol" é o livro mais desconcertante de Jandy Nelson, a mesma autora de "O Céu Está em Todo Lugar". Afinal, as pessoas mais próximas de nós são as que mais têm o poder de nos machucar.
Contado em perspectivas e tempos diferentes, "Eu Te Darei o Sol" é o livro mais desconcertante de Jandy Nelson, a mesma autora de "O Céu Está em Todo Lugar". Afinal, as pessoas mais próximas de nós são as que mais têm o poder de nos machucar.
.
O que eu achei?
.
Existem livros densos, que você demora para ler pois a história exige isto. Existem livros chatos, que você demora para ler, pois não consegue se conectar a história, ou ao personagem, ou a narrativa do autor, ou a todas as opções. E também existem livros maravilhosos, que te pegam tanto pelo pé, que sem você perceber, você mesmo sabota a sua leitura, lendo ele extremamente devagar - só para que ele não acabe. "Eu Te Darei o Sol", de Jandy Nelson, se encaixou completamente na terceira opção. Mas desde já eu digo: Quase NUNCA isto aconteceu comigo. Geralmente, quando estou apaixonado por um livro, eu quero terminá-lo o quanto antes. Mas, como este novo romance da autora de "O Céu Está em Todo Lugar", eu não queria que ele chegasse ao fim... O que é bem engraçado, pois - começando deste jeito - parece que eu amei o livro de estreia de Jandy Nelson. Mas, quem me acompanha já a um tempo, sabe que achei o antecessor apenas "ok". Algo que, sinceramente, está longe de externar os meus sentimentos para com esta nova história.
.
Pois "Eu te Darei o Sol" é um livro de altos, e baixos, e picos de alegria, e revoltas - tudo narrado de forma incrivelmente poética, metafórica, visceral e explicitamente sensorial. Existe uma senhora evolução de "O Céu Está em Todo Lugar" para este, e ela é GRITANTE. Em caixa alta mesmo. Entretanto, é engraçado perceber que - mesmo assim - não parece ser outra autora. Pois você reconhece os maneirismos dela, e a forte ligação com a família das histórias, e o toque de superstição característico, assim como é em seu antecessor. Mas tudo nos é apresentado em uma embalagem 2.0, melhorada e madura. Diria até que ler ele é como um passeio de montanha russa! Ou melhor dizendo, um mergulho em um oceano em dia de tempestade, onde cada onda que te atinge é um sentimento diferente, que te empurra para baixo e que te afoga.
.
O mais engraçado disto tudo é que, mesmo ele obviamente entrando com pé e tudo no meu seleto hall de Bookcrushes de 2015, eu não posso - nem por um minuto - dizer que ele é perfeito. A história não é perfeita, e os personagens não são perfeitos. Eles erram, e tropeçam, e fazem coisas absurdas em momentos impensáveis... Mesmo assim, eles te marcam. E isto é que é o mais incrível. Jandy Nelson foi extremamente ambiciosa ao contar uma história como a de "Eu Te Darei o Sol", da forma como ela contou: Dois pontos de vista, mas em dois tempos diferentes. Passado e presente, pré-adolescência e adolescência, cada um com sua parte. Como se o leitor lesse dois livros diferentes ao mesmo tempo. Com características diferentes, e climas diferentes - apesar de terem a mesma ambientação, e as mesmas pessoas. Mas, no fim, tudo se junta... E você percebe o quanto isto deu certo. E o quanto a trama não ficou cansativa, ou arrastada. E o quanto ela conseguiu não se perder ao lançar mão deste artifício.
.
Por ele ser narrado tanto pelo Noah, quanto pela Jude, nós conhecemos bastante os dos irmãos. Sendo bem sincero, o meu favorito foi o Noah, e a forma como ele vê o mundo como cenas em quadros de uma galeria, desenhando tudo em sua cabeça com cores vivas, e como ele respira arte - o que é irônico pois não posso dizer nem por um momento que sou um grande apreciador de arte. Mas enfim, mesmo quando ele era "cruel", ou insensato, não conseguia ficar com raiva dele. E esta dualidade se expande para cada personagem que aparece no decorrer das páginas. Eu entendia a Jude, a gêmea, melhor amiga e nêmesis do rapaz... Por mais que houvessem momentos em que me irritava com ela, e que suas paranoias me cansavam. Mas esta era ela. É complexo ver como comecei a leitura apaixonado pela mãe dos dois, e não gostando do pai deles, para no final o sentimento ser invertido. É complexo ver que tenho todos os motivos do mundo para odiar o Guilhermo, o Oscar, e até mesmo o Brian, mas que não consigo fazer isto... Mesmo que tenha odiado momentos deles, e partes de suas histórias. Pois é isto que "Eu Te Darei o Sol" é: uma complexidade de sentimentos.
.
Mas é aí que está a beleza do livro. É todo este mar de sentimentos que ele transborda. É a narrativa poética da autora, e a forma como ela transmite todo este ritmo lúdico na sua prosa sem parecer pretensioso. Eu poderia odiar "Eu Te Darei o Sol" por todas as suas metáforas, e narrativa não linear, e personagens imperfeitos... Mas ele fala magistralmente sobre Bullying, e relações familiares, e Sexualidade, e Dependência, e muito mais coisas, sem ficar pedante ou raso - algo que, em outro livro, seria exatamente isto o que aconteceria. Pois é isto que deixa o livro único, diferente. E é por isso que este livro merece ser lido por todos. E ganhar hype. E virar modinha. Pois "Eu Te Darei o Sol" merece. Eu daria o Sol, e as flores, e as estrelas por ele. Daria metade do meu mundo, ou além, assim como Noah e Jude.
.
Pois "Eu te Darei o Sol" é um livro de altos, e baixos, e picos de alegria, e revoltas - tudo narrado de forma incrivelmente poética, metafórica, visceral e explicitamente sensorial. Existe uma senhora evolução de "O Céu Está em Todo Lugar" para este, e ela é GRITANTE. Em caixa alta mesmo. Entretanto, é engraçado perceber que - mesmo assim - não parece ser outra autora. Pois você reconhece os maneirismos dela, e a forte ligação com a família das histórias, e o toque de superstição característico, assim como é em seu antecessor. Mas tudo nos é apresentado em uma embalagem 2.0, melhorada e madura. Diria até que ler ele é como um passeio de montanha russa! Ou melhor dizendo, um mergulho em um oceano em dia de tempestade, onde cada onda que te atinge é um sentimento diferente, que te empurra para baixo e que te afoga.
.
O mais engraçado disto tudo é que, mesmo ele obviamente entrando com pé e tudo no meu seleto hall de Bookcrushes de 2015, eu não posso - nem por um minuto - dizer que ele é perfeito. A história não é perfeita, e os personagens não são perfeitos. Eles erram, e tropeçam, e fazem coisas absurdas em momentos impensáveis... Mesmo assim, eles te marcam. E isto é que é o mais incrível. Jandy Nelson foi extremamente ambiciosa ao contar uma história como a de "Eu Te Darei o Sol", da forma como ela contou: Dois pontos de vista, mas em dois tempos diferentes. Passado e presente, pré-adolescência e adolescência, cada um com sua parte. Como se o leitor lesse dois livros diferentes ao mesmo tempo. Com características diferentes, e climas diferentes - apesar de terem a mesma ambientação, e as mesmas pessoas. Mas, no fim, tudo se junta... E você percebe o quanto isto deu certo. E o quanto a trama não ficou cansativa, ou arrastada. E o quanto ela conseguiu não se perder ao lançar mão deste artifício.
.
Por ele ser narrado tanto pelo Noah, quanto pela Jude, nós conhecemos bastante os dos irmãos. Sendo bem sincero, o meu favorito foi o Noah, e a forma como ele vê o mundo como cenas em quadros de uma galeria, desenhando tudo em sua cabeça com cores vivas, e como ele respira arte - o que é irônico pois não posso dizer nem por um momento que sou um grande apreciador de arte. Mas enfim, mesmo quando ele era "cruel", ou insensato, não conseguia ficar com raiva dele. E esta dualidade se expande para cada personagem que aparece no decorrer das páginas. Eu entendia a Jude, a gêmea, melhor amiga e nêmesis do rapaz... Por mais que houvessem momentos em que me irritava com ela, e que suas paranoias me cansavam. Mas esta era ela. É complexo ver como comecei a leitura apaixonado pela mãe dos dois, e não gostando do pai deles, para no final o sentimento ser invertido. É complexo ver que tenho todos os motivos do mundo para odiar o Guilhermo, o Oscar, e até mesmo o Brian, mas que não consigo fazer isto... Mesmo que tenha odiado momentos deles, e partes de suas histórias. Pois é isto que "Eu Te Darei o Sol" é: uma complexidade de sentimentos.
.
Mas é aí que está a beleza do livro. É todo este mar de sentimentos que ele transborda. É a narrativa poética da autora, e a forma como ela transmite todo este ritmo lúdico na sua prosa sem parecer pretensioso. Eu poderia odiar "Eu Te Darei o Sol" por todas as suas metáforas, e narrativa não linear, e personagens imperfeitos... Mas ele fala magistralmente sobre Bullying, e relações familiares, e Sexualidade, e Dependência, e muito mais coisas, sem ficar pedante ou raso - algo que, em outro livro, seria exatamente isto o que aconteceria. Pois é isto que deixa o livro único, diferente. E é por isso que este livro merece ser lido por todos. E ganhar hype. E virar modinha. Pois "Eu Te Darei o Sol" merece. Eu daria o Sol, e as flores, e as estrelas por ele. Daria metade do meu mundo, ou além, assim como Noah e Jude.
.
.
Sobre a autora:
.
Jandy Nelson mora em São Francisco, e lá, assim como Lennie, divide seu tempo entre cuidar das árvores e correr livremente pelo parque. Jandy é uma agente literária, poetisa com livros publicados, e acadêmica eterna. Formada pelas universidades de Brown, Cornell e Vermont. É uma pessoa supersticiosa e uma romântica dedicada, loucamente apaixonada pela Califórina, e pela forma como esse estado continua firme na ponta de um continente. O céu está em todo lugar é seu primeiro romance.
.
TÍTULO: Eu Te Darei o Sol
TÍTULO ORIGINAL: I'll Give You The Sun
PÁGINAS: 384
AUTOR(A): Jandy Nelson
EDITORA: Novo Conceito
NOTA: 5 estrelas + Bookcrush
Nenhum comentário:
Postar um comentário