quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Desabafo: Um Adeus à ''Estilhaça-Me''

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Não era para o primeiro post do mês de dezembro ser assim... Não era mesmo. Sendo esta a minha época favorita do ano, eu queria que o blog só tivesse o clima festivo do Natal e do Ano Novo que eu tanto adoro (e como eu pretendo que seja, a partir do próximo). Mas este definitivamente não vai ser o mais festivo de todos. Yeah.
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Olhando de forma superficial, pode parecer uma declaração ''engraçada'' ou até mesmo ''boba'', mas infelizmente não é... Pelo menos, não para mim. Hoje, comecei a listar as minhas resoluções de Ano Novo, e a primeira delas não é das melhores.
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''E qual seria?'', sei que vocês se perguntam. E eu respondo, sem mistério algum: Não irei continuar a acompanhar a série ''Estilhaça-Me'', da Tahereh Mafi.
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O motivo? Bom, o ponto de vista da Mafi - a autora e criadora de tudo - sobre um personagem em questão da história. A forma como ela o retrata, como ela conduz o leitor a se simpatizar com ele (mesmo com TODOS os defeitos que ele tem e não faz questão de esconder) me desagrada. E ela consegue convencer a maioria dos leitores graças a sua escrita (ponto este que NUNCA vou discordar, pois é única...).
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Porém, acho que a mensagem que ela tenta transmitir com esta série é totalmente deturpada, de verdade, e isto me irrita profundamente. Foi algo que não me agradou nas histórias subsequentes da saga, e que vejo voltar a se repetir com o lançamento de ''Fracture Me'', o conto pelo ponto de vista do Adam.
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Sei que muitos vão dizer, ''Você só está revoltadinho pois até a autora prefere o Warner''. Ou mesmo, ''Ah, mas é uma mensagem sobre aceitação, deveria tentar entender...'', no que posso concordar até certo ponto. Mas, no contexto geral, vejo ela levando isto para um extremo tão grande (como o fato de se ''desculpar'' os atos falhos de uma pessoa, devido a sua criação - o que, eu ressalto aqui, NÃO é uma desculpa... Nem de longe, pois tenho exemplos de pessoas - até mesmo dentro da própria história - que cresceram nas mais diversas situações, e nem por isso resolveram cair no ''mal caratismo''), que chega a me deixar revoltado e enojado. 
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Eu tinha prometido a mim mesmo, assim que terminei de ler ''Liberta-Me'', de que deixaria a série se isto voltasse a se repetir. Só pela resenha que eu postei por aqui, dá para perceber como esta característica da história mexeu com o meu emocional, e não considerei uma reação saudável. Nem de longe. E só pelas resenhas... Só de passar o meu olho sobre o conto (obrigado mais uma vez pela versão digital dele, Mah!), vi que o livro iria mexer tanto com o meu psicológico (novamente pelos motivos errados), que resolvi dar um basta.
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Simplesmente não quero isto de novo. Então, não vou me torturar com um ponto que não consigo aceitar. E, por isso, paro de acompanhar a história de Juliette contra o Restabelecimento (agora eu me pergunto, será que é isso mesmo?) neste momento.
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Não consigo achar sadia uma discussão onde leitores apontam características falhas como ''charme'', e onde riem de comportamentos esperados por pessoas com o mínimo de consciência. Não consigo achar que ''abraçar o seu lado mal'' seja um ponto positivo... Todos nós somos feitos de luz e escuridão, mas isto não significa que temos que ceder aos nossos instintos primitivos para sermos melhores. Precisamos lidar com ele, e o vencer. Esta seria a mensagem real de aceitação. Mas acho que não é, e estou cansado de ser um dos poucos que enxerga isto.
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Para ser bem sincero, acho que era um dos poucos que conseguia encarar tudo como uma distopia, ao invés de uma simples história de amor... Mas, ao que parece, é um romance mesmo. Que por um acaso tem um fundo distópico. E, desse jeito, infelizmente não me apetece.
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Sei que muitos concordam com a autora e entendem o seu ponto de vista, mas eu... Não. Não concordo, não consigo, não quero e já disse isto várias vezes aqui, no Canal, no Facebook e no Twitter. Eu já tinha percebido este posicionamento antes, acompanhando as mensagens que ela postava através do seu microblog, mas me recusava a acreditar. Só que hoje a ficha caiu, bem na minha testa, e não tenho como voltar atrás.
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Se lembram quando eu disse, na resenha de ''Liberta-Me'', que parecia que eu havia levado a surra do século só de ler o livro?! Entrando em um ringue clandestino, sem estar preparado para brigar, só para apanhar?! Pois bem, é esta a sensação que eu estou sentindo no momento... De novo. Só de ler partes chaves do conto. Só de ler resenhas e alguns spoilers. 
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Então, vou fazer o que prometi a mim mesmo, e não vou concluir a trilogia. Fico triste, pois adorei o primeiro livro - achei ele, de verdade, um Bookcrush (por isso, nunca vou negá-lo). E, apesar dos pesares, o segundo livro (e o conto 1.5 da série) cumpriram o seu papel. Mas, como já disse anteriormente aqui, não concordo com o rumo da história... E, no meu direito de leitor, escolho não a acompanhar mais.
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Não queria que o primeiro post de dezembro fosse uma despedida, mas ele é. Mesmo decidindo seguir tudo de forma distante e menos envolvida, espero que Juliette amadureça como personagem e ache o seu caminho. Espero de verdade que Adam consiga encontrar um lugar melhor para ver o seu irmão crescer. Torço por Kenji e por todos os outros do Ômega. Mas agora o meu caminho vai seguir para uma estrada, e o deles, para outra.
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E, por mais que isto parta o meu coração, este é o meu mais sincero adeus para ''Estilhaça-Me'' e seus personagens. Mesmo tendo uma escrita viciante e uma fluência incrível, as escolhas de Tahereh Mafi me fazem mal e me deixam para baixo. Conversar com os leitores da série me fazem mal e me deixam para baixo. Pois a única coisa que consigo pensar é se todos estamos lendo a mesma história ou se sou eu que estou interpretando tudo de forma errada. E sinceramente, não acho que seja isto.
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Por isso, entre os livros e os meus ideais, acho melhor escolher o segundo. Sei que são apenas histórias juvenis, que são feitas apenas para distração e entretenimento, mas - se eu não consigo mais aproveitar a viajem por um motivo que fica cada vez mais presente - para quê vou querer continuar?! Não sou masoquista. E não está nos meus planos para 2014 passar a ser um.

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