quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Resenha: Quinze Dias

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''Na Minha Estante'' Assegura: A resenha a seguir está completamente livre de Spoilers... Leia sem Moderação e divirta-se!
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Sinopse:
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Felipe está esperando por esse momento desde que as aulas começaram: o início das férias de julho. Finalmente ele vai poder passar alguns dias longe da escola e dos colegas que o maltratam. Os planos envolvem se afundar nos episódios atrasados de suas séries favoritas, colocar a leitura em dia e aprender com tutoriais no YouTube coisas novas que ele nunca vai colocar em prática. 
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Mas as coisas fogem um pouco do controle quando a mãe de Felipe informa que concordou em hospedar Caio, o vizinho do 57, por longos quinze dias, enquanto os pais dele estão viajando. Felipe entra em desespero porque a) Caio foi sua primeira paixãozinha na infância (e existe uma grande possibilidade dessa paixão não ter passado até hoje) e b) Felipe coleciona uma lista infinita de inseguranças e não tem a menor ideia de como interagir com o vizinho. 
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Os dias que prometiam paz, tranquilidade e maratonas épicas de Netflix acabam trazendo um turbilhão de sentimentos, que obrigarão Felipe a mergulhar em todas as questões mal resolvidas que ele tem consigo mesmo.
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O que eu achei?
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Começar a falar sobre Quinze Dias vai ser um interessante exercício de palavras para mim. Por qual motivo? Bem, eu passei a noite toda pensando em como falar isto sem parecer um completo babaca, mas... Tudo bem, estamos trabalhando com sinceridade aqui. E a real é: Eu não tinha expectativas com relação a ele.
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Quero dizer, obviamente eu estava curioso. E a capa chama a atenção. Mas... O livro já nasceu hypado. E cês sabem qual é a minha relação com o hype - existe um vídeo enorme no canal só sobre isto, vale a pena a ver. Então, dizer que algo além de uma suspeita curiosidade me moveu não vai ser a verdade, e sempre quero ser o mais sincero possível com vocês. Por isso, já digo aqui: Logo nas primeiras páginas, o livro de estreia de Vitor Martins dobrou COMPLETAMENTE a minha língua.
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Podem ter sido as milhares de referências a cultura pop que eu mesmo uso no dia a dia e que logo foram metralhadas na minha cara? Talvez. Pode ter sido a voz narrativa engraçada e fluída, que mesmo em momentos sérios não deixava a peteca cair? Provavelmente. Mas, sem sombra de dúvidas, o que me cativou aqui foram as várias nuances da história.
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Este é mais do que um livro sobre descobertas da adolescência. É sobre aceitação, e como não existem soluções mágicas para mudar a forma como você enxerga o seu corpo e como você lida com a sua timidez. É uma narrativa sincera e direta, que em nenhum momento peca ao soar pretensiosa - pois o tempo todo está rindo de si mesma, e sendo naturalmente coloquial, até quando o discurso era importante.
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Eu fui cativado pouco a pouco, não só por Felipe, mas pela sua mãe, pela Rebeca, a Melissa e o Caio. Era aquela leitura que poderia ter feito em uma tarde, mas acompanhei lentamente para que os quinze dias de férias não acabassem. Eu torci por eles, e ri com eles, senti vergonha alheia deles, fiquei triste por eles.
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Este era o tipo de contemporâneo jovem adulto que gostaria de ter lido na adolescência. Uma história que poderia ter acontecido em qualquer lugar, em qualquer cidade (tanto que em nenhum momento sabemos onde ela se passa). Uma história importante que não soa pedante em nenhum minuto. Um Bookcrush total inesperado.
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TÍTULO: Quinze Dias
PÁGINAS: 208
AUTOR(A): Vitor Martins
EDITORA: Globo Alt
NOTA: 5 Estrelas + Bookcrush

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