domingo, 27 de julho de 2014

Resenha: A Máquina de Contar Histórias

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''Na Minha Estante'' Assegura: A resenha a seguir está completamente livre de Spoilers... Leia sem Moderação e divirta-se!
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Sinopse:
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Na noite em que o escritor best-seller Vinícius Becker lançou A Máquina de Contar Histórias, o novo romance e livro mais aguardado do ano, sua esposa Viviana faleceu sozinha num quarto de hospital. Odiado em casa por tantas ausências para cuidar da carreira literária, ele vê o chão se abrir sob seus pés. 
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Sem o grande amor da sua vida, sem o carinho das filhas, sem amigos... O lugar pelo qual ele tanto lutou revela-se aquele em que nunca desejou estar. Vinícius teve o mundo nas mãos, e agora, sozinho, precisa se reinventar para reconquistar o amor das filhas e seu espaço no coração da família V. Uma história emocionante, cheia de significados entrelaçados pela literatura, mostrando que o amor de um pai, por mais dura que seja a situação, nunca morre nem se perde.
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O que eu achei?
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Existem livros que são como Chocolate: Quanto mais você se delicia com eles, mais você torce para eles não chegarem ao final. Outros, são como os Dementadores da série Harry Potter: As leituras são densas, pesadas, te deixam chateado, sem ânimo de continuar e, ainda por cima, influenciam de forma negativa no seu humor no dia a dia. Infelizmente, apesar das diversas críticas positivas e entusiastas que encontrei pela blogosfera desde o seu lançamento, para mim, ''A Máquina de Contar Histórias'' foi um exemplo clássico do segundo caso. 
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Mesmo sendo relativamente curto - 192 páginas, aproximadamente - e com capítulos curtos e bastante dinâmicos, a leitura do livro foi um problema. Com uma narrativa arrastada, eu senti que - antes de tudo - o livro era mais um romance sobre como ser um escritor profissional do que uma saga de redenção familiar como a sinopse indicava. Em vários momentos, o detalhamento técnico que o autor expõe no decorrer da história me davam a sensação de estar lendo um livro didático, e não uma ficção. E isto me frustrou bastante, pois atravancou e engessou completamente o meu ritmo - me dando a sensação de que o livro tinha a pretensão de ser algo maior do que ele realmente é.
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E vocês me conhecem: Não existe nada que me tire mais dos eixos do que um livro pretensioso.
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Se não bastasse este fato, outro detalhe que me tirou bastante do sério foi o protagonista da história apresentada em ''Máquina''. Talvez esta tenha sido a minha maior queixa com relação ao livro, mas em nenhum momento eu consegui criar um vínculo com Vinícius, o personagem principal. Pois, desde o princípio, nós temos esta visão torta do homem - um pai de família fracassado e um um marido ausente, que abandona a esposa e as filhas em um momento em que elas mais precisam dele em detrimento do sucesso na carreira - e isto criou uma gigantesca barreira entre mim (como leitor) e ele. O que é horrível, pois simplesmente quebra toda a proposta do livro.  
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Sei que o objetivo de tudo era mostrar como o personagem cresce no decorrer da trama, e como ele deixa de ser esta pessoa perdida - e 100% babaca - para se transformar em um patriarca melhor e mais consciente de seus deveres e obrigações. Mas a jornada de Vinícius não me convenceu nem um pouco. Mesmo quando o autor apresenta o personagem em sua forma ''arrependida'' pelos seus erros, eu conseguia visualizar o homem torpe e de ideias mesquinhas do início da narrativa. Para falar a verdade, as únicas personagens com quem eu consegui criar um certo vínculo foram Viviana - que morre logo no começo da história - e a filha rebelde Valentina. O que por si só já mostra uma contradição enorme, pois  geralmente acho adolescentes revoltados a coisa mais insuportável do mundo, e tenho certeza de que o papel da menina era parecer uma ''garota ingrata'', não a voz da razão que ela representou para mim durante todo o livro.
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É visível que o livro tinha tudo para dar certo... Só que ele simplesmente não funcionou comigo. Em nenhum nível. A escrita cansativa e o protagonista antipático e pretensioso foram duas grandes pedras no meu sapato durante todo o tempo em que acompanhei o livro. E foi por muito tempo. A leitura foi tão arrastada e desinteressante, que levei quase cinco dias para ler algo que geralmente consigo ler em no máximo dois. Queria ter me emocionado como a maioria, e visto a grande história que todos estão comentando. Mas quem sabe o livro não dê certo para você, não é mesmo? Para mim, não funcionou mesmo. É uma pena que a minha primeira experiência com um texto do Maurício Gomyde tenha sito tão frustrante quanto ''A Máquina de Contar'' foi.
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Sobre o autor:
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Nascido em São Paulo, mora em Brasília. Tem 5 livros publicados - quatro de forma independente, e o mais recente pelo selo ''Novas Páginas'' do Grupo Editorial Novo Conceito: "O Mundo de Vidro", "Ainda não te disse nada" , "O Rosto que Precede o Sonho", "Dias Melhores pra Sempre" e "A Máquina de Contar Histórias".
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TÍTULO:  A Máquina de Contar Histórias
PÁGINAS: 192
AUTOR(A):  Maurício Gomyde
EDITORA: Novo Conceito
NOTA: 2 Estrelas

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