terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Resenha: Number Thirteen

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''Na Minha Estante'' Assegura: A resenha a seguir está completamente livre de Spoilers... Leia sem Moderação e divirta-se!
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Sinopse:
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Nós somos treze meninas, em cativeiro, escravas do nosso mestre. Um mestre que nunca vimos.
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A obediência vai se tornar tudo o que conhecemos em nossa existência superficial. É a única emoção que estamos autorizadas a sentir. Quando nos comportamos mal, somos punidas. Quando nos comportamos bem, somos recompensadas. Nossas cicatrizes são profundas. Ainda assim, sobrevivemos, porque nós temos que sobreviver... porque ELE nos ensinou.
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Todas nós somos especiais, nós sentimos isso com tudo o que somos. Ele nos tem por uma razão, mas é um motivo que não sabemos. Nós nunca vimos o rosto dele, mas sabemos que algo profundamente quebrado se encontra abaixo da escuridão. Com cada toque, a cada punição, nós o conhecemos. Então, alguma coisa mudou. Ele me mostrou quem ele realmente é. Agora eu o quero. Eu vou contra tudo o que conheço para estar com ele. Um monstro. Meu monstro. Amar ele é um pecado, mas eu sou uma pecadora. Eu não vou parar até eu ver cada parte dele. Mesmo as partes que ele mantém trancados lá no fundo. Eu Sou a Número Treze e esta é a minha história.
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O que eu achei?
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Depois de uma sequência de livros incríveis, eu deveria estar preparado para uma súbita queda de qualidade... Mas, yeap, eu não estava. E por mais que eu queira negar que tenha esperado alguma coisa de "Number Thirteen", eu estaria sendo um mentiroso se o fizesse. Pois sim, tive uma certa expectativa ao ler a sinopse - e principalmente, pelo fato da autora frisar nela que o romance não abordaria BDSM (Pois ainda tenho pesadelos com a minha leitura da trilogia de "The Dark Duet"... E que sempre me pergunto: como uma série de 3 livros tem o nome de "dueto"?). Mas, mesmo cumprindo o que prometeu, eu não posso dizer que este romance de Bella Jewel tenha sido muito melhor. Pois, para mim, ele passou uma mensagem tão doentia quanto. Só que em níveis diferentes.
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Eu geralmente não falo muito sobre a trama em si nos meus comentários sobre os livros... Só que, com Number Thirteen, eu sinto que preciso dar uma leve pincelada nos três momentos da história que compões a narrativa. Pois eu preciso desabafar. E passei quase um dia inteiro imaginando como iria falar deste livro. Pois, para mim, ele é dividido em 3 momentos. O começo, que foi realmente bom. O meio, que foi... estranho. E o final, que definitivamente foi bizarro.
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Pelo começo, achei que a autora iria trabalhar de verdade no psicológico dos personagens, na opressão que estas 13 garotas estão sentindo, por estarem presas na mão de um completo estranho - que as julga, e as castiga, se achando no direito de definir o que é um comportamento certo e errada. Não vou negar, até mesmo o captor, com seu passado conturbado (demonstrado de forma agoniante no prólogo) tinha chamado a minha atenção. Mas a minha expectativa morreu aí - no começo. Pois assim que a autora estabelece o ambiente da história, e a função de cada personagem, o que transpirava medo, e terror e angústia começa a ganhar contornos de uma versão bizarra de "A Seleção". Só que sem os ares de conto de fadas, ou o futuro distópico de uma nação.
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Na segunda metade, percebemos que a protagonista, a conhecida apenas como "Número 13", faz parte das garotas mais machucadas que foram recolhidas nesta mansão. Só que ela faz parte de um grupo seleto: O grupo das garotas que possuem uma maior atenção de "Mestre William", como o captor a faz chamá-lo. E enquanto todas as outras realizam tarefas domésticas (em troca de não serem espancadas como "aprendizado", devo ressaltar), tudo o que elas precisam fazer é... Companhia. Para o cara. Pois, segundo ele, tudo o que ele quer fazer é ajudá-las com seus problemas. E, se por um acaso, algumas delas (ou todas) se entregarem de bom grado para ele (se é que me entendem), ele não iria reclamar... Afinal, ele é homem, meio recluso devido a problemas do passado, e cheio de necessidades.
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Neste momento, meu cérebro fez um click! Pois, aquilo estava indo justamente para um ponto que eu temia que a história fosse: Um cara rico, que compra mulheres dizendo que está salvando elas de um passado cruel, mas que na verdade só está atrás mesmo é de empregadas e uma parceira (ou duas) para se aliviar. Eu fiquei me perguntando em que ponto uma história sobre sequestro, cativeiro e punições tinha se tornado uma versão horripilante de "The Bachelor", mas eu não sabia responder. Teve até mesmo uma hora em que William, já amorosamente envolvido com Número 13, explica para sua favorita - um tanto raivosa - por que ele fez sexo oral com uma de suas amigas: "Oh Linda, você é a difícil, a que eu quero para mim... A outra era fácil demais, um casinho".
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Não, não, não, não!
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Bella Jewel pode ter feito o "favor" de não usar o BDSM em sua história, mas continuou no erro ao jogar no universo erótico uma história com tantos elementos sexistas, de abuso psicológico, físico e outros. Tudo, é claro, com uma áurea de "não é o que parece", ou "ele não é um babaca abusivo, só está tentando ajudá-las a sair de uma vida horrível". Mais uma vez: NÃO. Era tudo tão errado, tão reprovável, que eu já não sentia mais nada pelos personagens que ela tão bem tinha me feito apegar nos primeiros capítulos. Eu só queria saber para onde aquela palhaçada estava indo - e como ela iria terminar a história.
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E o que era estranho e reprovável se tornou de vez ruim justamente com o final. A autora até tenta consertar um pouco a sua visão terrível sobre toda aquela situação - mas quando o livro começa a ganhar um pouquinho de dignidade, ela vai lá e justamente na ÚLTIMA CENA, coloca todas as personagens femininas em uma posição abaixo do "Oh, Grande Mestre William", jogando para o alto qualquer mensagem que ela porcamente tenha tentado passar nos últimos capítulos. E isto foi a gota d'água para mim.
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Eu li "Number Thirteen" rápido? Sim... Pois ele é justamente aquele tipo de livro que você devora em um dia. Mas ele passa tanta mensagem errada, retrógrada e sexista que de forma alguma eu posso dizer que recomendaria ele. Muito pelo contrário - acho que estaria muito mais feliz se ele não tivesse maculado a minha lista de leituras de 2015. Pois ele pode não ter jogado o tráfico de mulheres de forma tão nojenta no mundo erótico como o horripilante "The Dark Duet"... Mas não fica muito atrás não.
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Sobre a autora:
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Bella Jewel é uma escritora australiana de livros adultos, em sua maioria eróticos. Ela adora conhecer novas e pessoas e ama compartilhar o seu trabalho com todos. A autora já possui 15 obras publicadas, a grande maioria bestsellers da Amazon, e planeja muitas novidades para o futuro - expandindo os horizontes de sua carreira.
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TÍTULO: Number Thirteen
PÁGINAS: 238
AUTOR(A): Bella Jewel
EDITORA: CreatSpace
NOTA: 2 Estrelas

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