sábado, 28 de fevereiro de 2015

Resenha: Proibido

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''Na Minha Estante'' Assegura: A resenha a seguir está completamente livre de Spoilers... Leia sem Moderação e divirta-se!
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Sinopse:
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Ela é doce, sensível e extremamente sofrida: tem dezesseis anos, mas a maturidade de uma mulher marcada pelas provações e privações da pobreza, o pulso forte e a têmpera de quem cria os irmãos menores como filhos há anos, e só uma pessoa conhece a mágoa e a abnegação que se escondem por trás de seus tristes olhos azuis.
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Ele é brilhante, generoso e altamente responsável: tem dezessete anos, mas a fibra e o senso de dever de um pai de família, lutando contra tudo e contra todos para mantê-la unida, e só uma pessoa conhece a grandeza e a força de caráter que se escondem por trás daqueles intensos olhos verdes.
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Eles são irmão e irmã.
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Mas será que o mundo receberá de braços abertos aqueles que ousaram violar um de seus mais arraigados tabus? E você, receberia?
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Com extrema sutileza psicológica e sensibilidade poética, cenas de inesquecível beleza visual e diálogos de porte dramatúrgico, Suzuma tece uma tapeçaria visceralmente humana, fazendo pouco a pouco aflorar dos fios simples do quotidiano um assombroso mito eterno em toda a sua riqueza, mistério e profundidade.
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O que eu achei?
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Ok, eu já tentei escrever esta resenha umas duas vezes, e não consegui passar do primeiro parágrafo. Mas o que eu posso dizer sobre "Proibido"? Neste exato momento, eu não sei. Terminei o livro ontem - literalmente em lágrimas, no meio de uma viagem de ônibus (só para se ter uma ideia) - e sei lá... Ainda não me sinto preparado para conversar sobre ele. Configurar o que eu encontrei nas páginas como "Uma Montanha Russa Emocional" não traduziria nem um por cento do que este romance é. Por qual razão? Talvez por que eu já imaginava que - com sua sinopse polêmica - a história iria me machucar, muito antes de começar a ler. Mas nada no mundo poderia me preparar para a verdadeira tempestade de tristeza e miséria e sofrimento que Tabitha Suzuma preparou em seu romance. A leitura me deixou com dor física, pois a tensão pelos personagens, suas vidas e o envolvimento de ambos mexia internamente comigo. Mesmo lendo rápido, eu ficava longos períodos sem chegar perto dele, pois sabia que cada capítulo iria conseguir me machucar mais do que o anterior. E foi exatamente assim, do início ao fim.
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Mas tudo bem, estou sendo emocional demais, e acho que não estou fazendo sentido nenhum. Então, vou organizar as minhas ideias... Só que, vamos ser sinceros: O que esperar de um livro cuja a narrativa conta a história de dois irmãos consanguíneos que se apaixonam? Eu já previa o desastre. E ele veio, de uma forma muito mais pesada. Pois o problema não é só o envolvimento de Locham e Maya. Eles são filhos de um lar destruído, e a autora soube muito bem caracterizar toda esta problemática. Em primeiro lugar, eles são abandonados pelo pai, que encontrou uma nova mulher e sumiu no mundo. Depois, são abandonados pela mãe, uma mulher irresponsável e que não amadureceu, caindo de cabeça na bebida e em um relacionamento descompromissado. Eu simplesmente tive ódio destas duas figuras paternas, pois eles sim são os grandes culpados pelos problemas enfrentados pelo casal (é errado usar a palavra "casal" neste caso? A situação deles é tão complicada...). 
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Então Locham e Maya são obrigados a amadurecer cedo demais. A cuidar dos irmãos mais novos, da casa, garantindo que ninguém suspeite que as crianças estão praticamente sozinhas no mundo - tendo que lidar com contas, e comida, além da escola e todas as dificuldades da vida de dois adolescentes. Eu não me assustei com o fato dos dois terem encontrado um no outro um refúgio, um abrigo. Pois eles precisavam se apoiar um no outro. O que me leva a confessar a: Sim, depois de um determinado momento, eu comecei a torcer para que os dois ficassem juntos. Mesmo sabendo que a situação era... Bizarra. E que, imaginar em um outro contexto, me daria nojo. Mas, naquela história, com Locham e Maya, eu queria que desse certo. Mesmo sendo incesto, e sendo crime no UK (o que me levou a uma pesquisa, e descobri que - vejam só - não é crime aqui no Brasil, se os envolvidos forem maiores de idade. E for consensual. Apesar de, é claro, temos toda a questão cultural, o julgamento social, e etc...).
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Mas o que eu quis dizer com isto? Bom, eu fiquei tão desesperado com aquela situação toda, que eu fui pesquisar uma solução para os dois. Sim, eu parei tudo e corri para o Google, mesmo sabendo que não existe um Locham e uma Maya fora das páginas de "Proibido" (será?); só que isto ilustra o quanto eu me senti impotente durante a leitura, com mãos atadas, vendo desastre atrás de desastre acontecendo, e não encontrando uma saída nem no meu próprio cérebro. E isto me machucou demais. Tanto que terminei o livro com dor de cabeça!
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É lógico que eu amei o livro. É lógico que ele foi um cinco estrelas, e entrou para a lista de favoritos do ano. Nem por um minuto eu tive dúvidas quanto a isto. Mas... Eu sei que ele é um livro, por si só, triste. Melancólico. São raros os momentos em que a autora brinda os seus personagens (e seus leitores) com momentos de sol e alegria. É tudo muito escuro, e frio, e cinza. Então, se você quer ler "Proibido", tudo o que eu posso dizer é: Esteja preparado. O romance vai partir o seu coração, perfurá-lo e deixá-lo letárgico, e impotente. E, mesmo assim, você vai aplaudir de pé... Da forma mais masoquista possível.
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Sobre a autora:
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Tabitha Sayo Victoria Anne Suzuma nasceu em Londres, filha de mãe inglesa e pai japonês, a mais velha de cinco filhos. Ela frequentou o liceu francês, mas saiu da escola aos catorze anos. Dez anos depois, ela se tornou professora e escreveu seu primeiro livro, A Note of Madness. Ela ainda escreveu mais três obras para o público jovem adulto: From Where I Stand, A Voice in the Distance e Without Looking Back. Seu trabalho mais famoso, Forbidden, conta a história de um romance incestuoso entre um irmão e uma irmã. Sua obra mais recente é Hurt, livro lançado em 2013.
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TÍTULO: Proibido
TÍTULO ORIGINAL: Forbbiden
PÁGINAS: 304
AUTOR(A): Tabitha Suzuma
EDITORA: Valentina
NOTA: 5 Estrelas

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