quarta-feira, 10 de abril de 2013

Debate: Why So Serious?!

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Nossa, faz bastante tempo que eu não me sento em frente ao notebook para escrever um post debate aqui para o blog. Em parte por pura procrastinação (algo péssimo que eu faço sempre, mas reconheço), e em contraparte por quê não encontrei nenhum tema bom de verdade que me levasse à trazê-lo para vocês.
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Bom, pelo menos até agora.
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No domingo à noite, eu recebi uma mensagem privada no Youtube de uma pessoa que assistia ao meu canal, e nela o inscrito (ou ''ex'', eu realmente não sei) dizia que não acreditava que alguém como eu (???) pudesse indicar para as pessoas livros da Meg Cabot. Como exemplo, ela citou a série ''Cabeça de Vento'' - onde a premissa básica é de uma adolescente que sofre um transplante de cérebro e vai parar no corpo de uma supermodelo famosa - e comentou a seguinte frase: ''Este livro é tão ruim, que um cientista morre toda vez que alguém afirma que gostou dele''.
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Minha reação - padrão - ao ler a frase acima...
Eu tentei interpretar este inbox de mais de uma maneira diferente, mas todas me levaram para a mesma conclusão que tive quando li o texto pela primeira vez. Bom, alguém não gostar de um livro da Meg não é surpresa nenhuma - afinal, gosto é gosto. Mas o que me deixou espantado de verdade foi o fato da pessoa tentar levar uma história como ''Cabeça de Vento'' à sério, cuja a sinopse é nonsense por natureza.
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E isto me levou à pensar: até que ponto as pessoas levam os livros que leem à ponta da agulha?
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Vejam bem, eu sou fã da Meg. Mesmo assim eu reconheço algumas escorregadas da autora, vide a minha reação à ''Abandon'' e à série ''A Garota Americana''. Mas, ainda levando em consideração os livros da autora que eu gosto de verdade, eu não consigo levá-los tão à sério assim. Pois é uma característica dela mesmo, de contar histórias meio debochadas e sem-noção, com o seu toque sempre bem humorado e despretensioso - algo que a própria Cabot afirma e nunca fez questão de negar. 
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Por isso, ver alguém que esperava uma obra quadradinha e totalmente técnica vindo de uma autora como a Meg Cabot me chocou de verdade. Pois, vejam bem, eu não veria problema nenhum se ele dissesse que considerou o livro ruim pois achou a escrita fraca, ou os personagens bobos, ou que a história não o conquistou... Isto é um direito do leitor ao comprar um livro. Ponto final (e que se dane os fãs hardcore e xiitas). Eu fiquei - como posso dizer - acabrunhado foi com a mensagem implícita no comentário de que apenas livros pretensiosos podem ser considerados bons.
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Afinal, qual é o problema de um livro que ri de si mesmo e não quer mudar o universo da literatura?
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Britney, assim como eu, também não entende o problema disto...
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Eu não vejo nada de mal nisto. Para falar a verdade, eu acabo gostando muito mais de uma história de fantasia ou sci-fi, quando percebo aquele toque onipresente e quase invisível de que nem o próprio autor está levando aquilo tudo ao pé da letra. Tipo Rick Riordan. Com sinceridade, até me irrito ao ver pessoas levando tão à sério romances que são feitos puramente para entreter e divertir o leitor. Não é nenhum crime. Muito pelo contrário... E isto me leva à perceber que muita gente vai ler um volume, e não percebe qual é o verdadeiro propósito da trama - e isto sim eu acho uma atrocidade.
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É como, por exemplo, espinafrar os vampiros de Crepúsculo por eles brilharem e não terem presas, como nas lendas antigas e nas histórias de horror mais tradicionais. Um livro juvenil cuja temática e o foco é o romance dos protagonistas. Eu sempre tenho vontade de gargalhar quando alguém quer argumentar que o livro é ruim apenas por isto, pois é algo tão intangível que chega à não ter nexo. É só ler uma entrevista da própria Stephenie Meyer para perceber que a intenção dela nunca foi ser uma expoente do gênero, e muito menos que considerassem as suas histórias como um clássico moderno.
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Às vezes (ou quase sempre, na verdade) eu acho que as pessoas se esquecem que nem todo livro tem o mesmo objetivo. Assim como um romance pode ser introspectivo e levantar questões sérias sobre a relação de um casal e do seu impacto na natureza humana, outro pode simplesmente ser uma história engraçada e bonitinha das idas e voltas de duas pessoas apaixonadas. A grande diferença está no tom em que o autor busca para a sua história. E isto ocorre em todos os gêneros: policial, suspense, terror, fantasia, sci-fi... Cada livro tem seu foco. Você, eu, qualquer um pode achar o livro uma porcaria por seus personagens, por sua narrativa, ou até mesmo pela sua não identificação (ou a falta de uma construção adequada) pela trama apresentada. Mas só por que ele não se encaixa nos padrões convencionais que você acredita serem os corretos, não signifique que  necessariamente ele seja ruim.
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Elementar, minha cara ''Watson''... #TrocadilhoFail
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Querer levar tudo o que ler à sério, o tempo inteiro, não é saudável. Muitas vezes, aquele livro foi feito para você simplesmente se divertir. Sem pretensões. E o que você pode achar ''sem sentido'', na verdade é o grande charme dele e o que faz que vários outros leitores acabem gostando do mesmo. Afinal, como diria o sábio Coringa: Why so serious?!
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ps: Mas se um livro - de qualquer gênero - se leva à sério, mas não faz sentido nenhum em seu contexto... Aí sim é um problema. Só que isto já é uma outra história. '')

6 comentários:

  1. As vezes surgem uns comentários tão "What?" que é impossível não ligar. Alguns livros são densos, instigantes, repletos de suspense e mistérios, existem aqueles que são divertidos, leves, fofos e com aquelas cenas bobas que admitam, todo mundo adora, porém, existem ainda aqueles que mesclam os dois temas perfeitamente, qual o problema de uma pessoa ler aquilo que prefere? Eu sou uma pessoa que gosta de acreditar que tudo que eu leio é real, não é, e eu estou ciente disso, mas é sempre tão incrível que você quer fazer parte daquilo tudo, é uma espécie de encantamento único, então para mim é tão real, não me importa se real ou não. Se você for analisar a situação, algumas das maiores literaturas são fantasia, Harry Potter, Senhor dos Anéis, Crepúsculo são fantasia, eles e muitos outros conseguiram marcar gerações e ainda fazem isso, não estou desmerecendo as leituras mais realísticas, mas assim como as histórias mais "possíveis" são importantes, a fantasia também é essencial, nem sempre o autor(a) quer mudar o mundo, as vezes aquele livro tímido, escondidinho, com aquele título maluco e aquela capa meio sem noção pode ser tão bom, pode te proporcionar tantas coisas e você nem imaginava, existem uns livros tão inusitados, com algumas premissas tão estranhas mas que pode ser sim um livro incrível, ninguém daria nada por Harry Potter e a Pedra Filosofal em 1997, e hoje, olhe só o que ele se tornou? Pra mim, quanto mais fantasia melhor, mas aquela dose de realidade também é sempre bem-vinda...

    Adorei a proposta do debate Henri, parabéns!

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    1. Larissa, é exatamente o que eu penso! Às vezes, aqueles livros sem pretensão alguma pode estar ajudando alguém em um determinado momento em qualquer lugar do mundo - bem mais do que outro mais ''classudo'' poderia fazer. Enfim, uma pena que nem todos enxerguem isto...

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  2. Totalmente apoiado em seu comentário! Ainda bem que não gostamos todos das mesmas coisas. Quando vc indica um livro, vc não está indicando que aquela história é palpável ou que deve ser absorvida, vc está indicando o entretenimento e a viagem que aquilo proporciona. Curtir ou não a viagem é de cada um, já cheguei a ler o mesmo livro e ter diferentes experiências em fases diferentes da minha vida.

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    1. Juliana, eu penso bem desta maneira mesmo com relação à indicações! '')

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  3. Que postagem legal, Henri! Bem respeitosa e sincera! Concordo 100% com você! É como querer analisar uma série de comédia, como Two and a Half Men ou The Big Bang Theory (desculpe, não vejo muitas) levando tudo a sério! É exatamente isso!

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    1. É este o pensamento, Lilly! Se você levar uma história do tipo ''à ponta de faca'', você simplesmente vai ficar frustrado pq nem eles mesmo se levam à sério! '')

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