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''Na Minha Estante'' Assegura: A resenha a seguir está completamente livre de Spoilers... Leia sem Moderação e divirta-se!
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Sinopse:
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A cidade exuberante de Palmares Três brilha com tecnologia e tradição, com rodinhas de fofocas escandalosas e políticos experientes. No meio desta metrópole vibrante, June Costa cria a arte que é certo para fazê-la lendária. Mas seus sonhos de fama se tornam algo mais quando ela conhece Enki, o ousado novo Rei do Verão. A cidade inteira se apaixona por ele (incluindo seu melhor amigo, Gil). Mas June vê mais de Enki do que os olhos cor de âmbar e um Samba letal. Ela vê um colega artista.
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Juntos, June e Enki serão explosivos, em um projeto dramático que Palmares Três nunca vai esquecer. E eles também irão adicionar combustível para uma revolta crescente contra limites estritos do governo sobre a nova tecnologia. Mas nada será tão fácil assim... June cairá profundamente de amor por Enki. Mas existe um problema: como todos os Reis do Verão antes dele, Enki está destinado a morrer.
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Pulsando com a batida de um Brasil futurista, queimando com as paixões de seus personagens, e transbordando de idéias, este romance ardente vai deixar você ansioso por mais de Alaya Amanhecer Johnson.
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O que eu achei?
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Eu não costumo comentar sobre livros que eu não finalizo, mas, neste caso, eu tive que fazer uma exceção... Como brasileiro, assim que eu vi a sinopse, senti arrepios de pensar que uma autora norte americana - para criar uma distopia que se passa no Brasil - iria usar todos os clichês imagináveis de nossa cultura e abusar da máxima de que tudo é ''exótico'' no nosso país para a sua história ser diferente das demais distopias Jovem Adultas. Mas, quem me dera o problema estar só na sinopse. Para falar a verdade, está no livro inteiro (ou nos 50% que eu li).
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Logo nas primeiras páginas, eu percebi aonde a autora iria levar a história: Samba, Carnaval, uma cultura completamente construída ao redor da glorificação do corpo e do sexo. Uma caricatura completa, vendida em cartões postais da praia e em filmes como ''Lambada: A Dança Proibida''. Além dessas máximas, temos um completo detrimento do sincretismo religioso presente por aqui (e vejam bem: não sou nenhum especialista em cultos afro brasileiros, nem mesmo um praticante, mas tenho certeza de que não há sacrifícios humanos em suas cerimônias).
Em uma breve defesa do livro, digo que, pelo menos, a autora teve a coerência de criar personagens de diferenças raças para sua trama - demonstrando, mesmo que em uma escala minúscula a diversidade que temos por aqui. Mas, se houvesse um grande Whitewashing em ''The Summer Prince'', depois de tudo o que eu vi, eu realmente não me surpreenderia.
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Eu cheguei à 50% do livro a um grande custo, e não aguentava mais... Eu ia me irritando com todos os detalhes deturpados da história, vendo as nuances e não a trama em si. O problema é que tudo era tão absurdo que eu não conseguia pensar em mais nada. No posfácio, a autora diz que é uma amante da cultura brasileira e etc. - mas parece que ela encontrou o país através do Google, e utilizando como base o imaginário consciente (que não representa 8% da diversidade presente em nosso país). Ela diz para culpá-la por qualquer erro, então eu a culpo por toda a visão distorcida e ofensiva que este livro trás. Por muito tempo eu pensei: Será que a história se passasse no Japão, ele faria um país dominado por um exército de super-robôs e governado por personagens de mangá? Depois de ''The Summer Prince'', eu não duvido.
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E mesmo deixando de lado o campo de ''ofensa contra o meu país'', a história em si é ... pobre. A protagonista só sabe cair na balada e ir para concursos ridículos (Vejam só, existe concursos de bunda no livro). O Rei do Verão só sabe fazer sexo com qualquer coisa que se mova. Eu não sabia qual era o ponto inicial da trama, e muito menos para onde ela iria. Não havia nenhuma sensação de perigo - ou menor esforço para cativar o leitor.
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Chegando na metade, eu só conseguia pensar: Para mim já chega. O mundo foi mal construída, não se sustentava - e eu já disse o quão desrespeitoso ele é para qualquer brasileiro? Eu não consigo dizer mais nada sobre este livro sem ficar muito zangado. Se eu pudesse encontrar a autora, a única coisa que gostaria de dizer para ela seria: '' Não, garota... Você não pode escrever um livro como este, não sabendo nada sobre a sociedade brasileira, e esperar que um brasileiro leve isto a sério ''. Eu soube de alguns boatos de que a editora Saída de Emergência estava pensando em trazer o livro para o país, mas torço para que seja apenas isto: um boato. Pois, sinceramente, com tanta coisa boa por aí, acho uma ofensa logo um livro que faz de tudo para passar a imagem mais errada possível do Brasil ganhar tradução e eles não.
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Sobra a autora:
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Alaya Johnson se formou na Universidade de Columbia, no ano de 2004 - com um bacharelado em Línguas do Leste e Culturas asiáticas. Atualmente, ela mora em Nova York e ''The Summer Prince'' foi o seu primeiro romance destinado para o público Jovem Adulto.
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TÍTULO: The Summer Prince
AUTOR(A): Alaya Dawn Johnson
EDITORA: Arthur A. Levine
PÁGINAS: 289
NOTA: 1 Estrela
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